Inflação médica: calcule o reajuste no plano de saúde para 2023  

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A inflação médica e o reajuste no plano de saúde preocupam todas as empresas. Afinal, esse benefício costuma liderar o ranking em relação ao custo, e a sinistralidade nunca foge do radar de gestores de RH.

E como você reagiria sabendo que, para 2023, a inflação médica prevê um aumento mínimo de +16% previsto para o seu plano de saúde? 

Neste texto, explicamos como um contrato de plano de saúde é reajustado.

Confira! 😉

Reajuste do plano de saúde para 2023

Os dados recentes da economia já mostram que 2023 será um ano desafiador para o setor de saúde. 

A Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) divulgou um estudo projetando um aumento da inflação médica em 16% para o setor. 

Você sabe como isso impacta o seu plano? 

Muita gente não entende a relação direta entre a inflação médica e o reajuste do plano. Existem algumas contas por trás disso,  mas a Salú te explica. 

Vamos por partes!

1 – Inflação médica (VCMH)

O plano de saúde é afetado pela inflação médica.

Uma das formas de medir a inflação médica é pelo índice de Variação do Custo Médico Hospitalar (VCMH), que é calculado pela variação do custo das operadoras de planos de saúde ao comparar dois períodos consecutivos de 12 meses.

Os planos de saúde utilizam este índice como base para os reajustes da carteira.

Logo, para 2023, você deve esperar uma tentativa de aumento de no mínimo 16% na mensalidade do seu plano. Essa porcentagem é projetada considerando o Índice de Preços no Consumidor (IPCA). 

Veja como a inflação médica (VCMH) se comportou nos últimos anos em relação à inflação normal (IPCA):

Tabela VCMH x IPCA

2 – Por que no mínimo +16% de alta?

Além da inflação médica geral, as operadoras de saúde levam em conta a sinistralidade do seu contrato, uma relação entre o que você paga e o que você utiliza.

Vamos explicar melhor como isso funciona.

Sinistralidade = Sinistro / Prêmio

  • Sinistro médico = nada mais é do que a utilização médica da sua carteira de usuários, ou seja, o custo médico gerado para a operadora.
  • Prêmio =  é o valor que você paga do plano de saúde, ou seja, a receita para operadora do  plano.

Por exemplo: você pagou R$ 100 de plano em um determinado período. Nesse mesmo período, você fez uma consulta que custou R$ 60 para operadora: 

Sinistralidade = R$ 60 /  R$ 100 = 60%

Não é interessante que o plano seja usado infinitamente pelo cliente, isso contribui para que exista uma sinistralidade enorme. Limitar a quantidade de uso é uma medida necessária para contenção de gastos.

3 – Há um teto para sinistralidade? (Breakeven)

Sim. Em geral, as operadoras colocam um teto no contrato, ou seja, um limite máximo para sua sinistralidade. Ele gira em torno de 70%. É chamado de “limite técnico” ou “breakeven” (do inglês, ponto de equilíbrio).

Se a sua carteira durante o ano utilizar mais do que 70% do que é pago, o plano entende como um prejuízo e cobrará um valor a mais no vencimento do contrato anual. Logo, fará um cálculo de reajuste técnico.

Por exemplo: você pagou R$ 100 reais de plano em um determinado período, e fez duas consultas que custaram R$ 120 para operadora:

Sinistralidade = R$ 120 /  R$ 100 = 120%

Essa sinistralidade de 120% fura o teto de 70% estipulado. Por essa razão, é necessário reajustar o prêmio do seu contrato. Para isso, se faz necessário um nova conta:

Reajuste técnico  = % Sinistralidade atual/ % Limite técnico 

No exemplo acima, a conta ficaria:

Reajuste técnico  = 120%/70% =  1,2/0,7 =  1,71 

A operadora poderá aumentar o valor em torno de 71%, pois é o valor mínimo que passou do limite técnico e precisa ser ajustado sobre o que você utiliza.  

4 – Como é feito o reajuste de contrato? 

Além do reajuste de utilização (reajuste técnico), num contrato poderá ser considerada a  inflação médica do período, uma vez que os custos médicos em geral podem sofrer variações ao longo dos anos. 

Esse reajuste por inflação é chamado de “reajuste financeiro.”  Ele é calculado por índices publicados de mercado, como VCMH ou IGP-Saúde.

  • Reajuste financeiro =  1 + %  Índice  escolhido

Por exemplo: vamos considerar a inflação médica por VCMH (reajuste financeiro) de 5%.

Reajuste financeiro  = 1 +5%  = 105% ou  1,05

Logo, o reajuste de contrato final é uma combinação desses dois índices: 

Reajuste de Contrato  = % Reajuste técnico * % Reajuste financeiro (-1)

Reajuste de Contrato = 171% * (1+5%) (-1) = 1,71 * 1,05 – 1  = 0,79 ou 79%.

Logo, você pagará no próximo ano R$ 179 ao invés de R$ 100.  Poderá gastar até  R$ 125, ou seja, 70% de R$ 179.

Saúde é com a Salú!

Dentro das empresas, saúde é um assunto muito complexo. Geralmente, o impacto do reajuste anual no plano e o controle da sinistralidade são considerados pelas empresas como um dos maiores desafios da gestão saúde.

Nesse sentido, é importante saber que quando a saúde e segurança do trabalho são bem feitas, o impacto se reflete na preservação da saúde das pessoas e, como consequência, a base de colaboradores fica mais saudável.

Ou seja, existe uma relação direta entre uma saúde ocupacional bem feita e a utilização do benefício de saúde que impacta também a otimização dos custos médicos e na redução da sinistralidade.

Quer entender mais como esses pontos se conectam? Marque um bate-papo com a gente!

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