Layoff: 5 dicas para lidar com a situação 

layoff demissão

“Layoff” é um termo de língua inglesa usado para se referir aos eventos de suspensões massivas de funcionários realizados por empresas.

Esse tipo de desligamento ocorre quando a empresa precisa equilibrar sua situação econômica e, para isso, opta por reduzir gastos envolvidos na gestão de pessoas. 

Mesmo quando feito dentro dos rigores da lei, o layoff sempre é uma situação delicada para a empresa, principalmente para as pessoas que são suspensas. 

Pensando nisso, o objetivo deste texto é apresentar 5 atitudes que podem ajudar na orientação de quem precisa administrar a vida após uma demissão do trabalho. 

Embora não seja fácil receber uma notícia como essa, existem caminhos confiáveis para seguir em frente.

Por que acontecem layoffs? 

Layoffs são mais comuns em empresas que dependem de capital de investimento. Quando deixam de receber novas rodadas de investimentos, os produtos e serviços passam a ser o principal meio para a sobrevivência do negócio. 

Porém, muitas vezes esses serviços e produtos ainda não geram lucro suficiente para custear a operação da empresa. Startups ou empresas em estágio inicial, as quais não atingiram ainda o ponto de equilíbrio financeiro das suas operações, podem fazer uma redução no investimento para o negócio prosperar. Logo, essa adequação pode impactar na gestão de pessoas.

De acordo com dados do Layoffs Brasil, somente em janeiro de 2023 o número de impactados por demissões em massas foi superior à soma dos 11 primeiros meses de 2022. 

Outro dado impactante é visível se considerarmos o mês de dezembro do ano passado. No período, quase 14 mil pessoas foram afetadas por afastamentos e desligamentos. 

Layoff é a mesma coisa que demissão?

Legalmente, não. A demissão significa o encerramento do contrato de trabalho do colaborador com a empresa. Por outro lado, o layoff é uma medida de suspensão contratual, sem extinção permanente do vínculo. 

Antes de tudo, é importante contextualizar que o layoff surgiu com o propósito de afastar temporariamente o funcionário de suas atividades, mas isso só pode ser feito em duas hipóteses:

  • Requalificação profissional;
  • Redução temporária da jornada de trabalho e da remuneração. 

Ou seja, após declarar judicialmente seus desafios financeiros, existem regras que a empresa precisa cumprir para seguir com o layoff. Uma dessas regras é a suspensão temporária com previsão de retorno, conforme consta no art. 476-A da CLT, incluído no texto da CLT por uma medida provisória.

Embora sejam comumente usadas como sinônimos, “demissão” e “layoff” não são – e não deveriam significar – a mesma coisa. Muitas vezes, por ser um termo mais atual e incorporado na linguagem da tecnologia, as empresas utilizam a palavra “layoff” de maneira equivocada, para se referir ao encerramento do contrato de colaboradores.

Porém, não é isso que o art. 476-A da CLT define. Esse uso inadequado pode gerar confusões em indivíduos que precisam lidar com as consequências do encerramento de contrato. Sendo assim, escolher a palavra mais adequada é também uma maneira de entender quais direcionamentos podem ser seguidos. 

Abaixo, listamos algumas orientações importantes para quem perde o vínculo de trabalho com uma empresa. Cada caso tem suas particularidades, mas essas dicas podem ser consideradas de maneira geral. 

1. Realize o exame demissional 

Talvez você ache que o exame demissional seja meramente uma burocracia que precisa ser cumprida por obrigação da empresa. Se você pensa isso, é importante sinalizar que esse é um entendimento um tanto quanto limitado.

O exame demissional é feito para atestar o estado de saúde da pessoa no momento do desligamento. Na consulta, o médico do trabalho realiza uma anamnese e verifica as condições gerais de saúde da pessoa. 

Também é no momento do exame demissional que o médico do trabalho checa se a pessoa possui algum comprometimento na saúde física ou mental que seja decorrente do trabalho do qual está se desligando. 

Caso a pessoa apresente alguma doença com nexo ocupacional, a empresa precisa rever as medidas a serem tomadas, pois não poderá seguir com o desligamento. 

Principalmente para quem trabalha em atividades de alto grau de risco, realizar o exame demissional é crucial para a constituição do perfil profissiográfico previdenciário. Esse documento eletrônico é usado para dar entrada em benefícios da previdência. 

É válido pontuar que, recentemente, o burnout passou a integrar a classificação de doenças ocupacionais. Nesse sentido, o exame demissional pode perfeitamente atestar as condições mentais de uma pessoa no momento do desligamento. 

Por essas razões, mesmo que seja entendido como “um compromisso extra”, a realização do exame demissional apresenta mais vantagens do que desvantagens e deve ser um primeiro ponto de atenção no encerramento de vínculo empregatício.

2. Deixe as pessoas saberem! 

As redes sociais são canais muito importantes nesse momento. Deixar as pessoas certas saberem que você está disponível para novas oportunidades de trabalho pode ser o pontapé inicial.

Por isso, compartilhar a situação com colegas de experiências profissionais antigas, de cursos ou da faculdade ajuda a te deixar no radar dessas pessoas para eventuais indicações para vagas que se adequem ao seu perfil. 

Manter uma relativa frequência de publicações nas redes sociais de trabalho, como um diário, também é interessante, pois contribui para que você permaneça em evidência. 

Você pode compartilhar reflexões sinceras sobre o seu dia a dia após o afastamento, como depoimentos de aprendizados e também mudanças na rotina pessoal e profissional, à medida em que se sinta confortável.

Criar uma rotina de busca de oportunidades é muito importante nessas ocasiões. Além de olhar as vagas no LinkedIn e em outros sites, contar para as pessoas sobre a sua experiência pode provocar sensibilização, além de gerar um “awareness” sobre o contexto em que se encontra. ‘

3. Solicite o seguro-desemprego

O Seguro-Desemprego é um dos mais importantes direitos dos trabalhadores brasileiros. Esse benefício oferece auxílio em dinheiro por um período determinado. Ele é pago de três a cinco parcelas de forma contínua ou alternada, de acordo com o tempo trabalhado.

Um ponto para se destacar é que o seguro-desemprego pode ser solicitado tanto em casos de layoff quanto nos de demissão. Além disso, pessoas jurídicas, como MEIs, também podem solicitar o benefício, desde que se enquadrem nas regras do Ministério do Trabalho. 

No ano de 2023, o valor do benefício Seguro-Desemprego não será inferior ao valor de R$ 1.302, que corresponde ao valor do salário mínimo vigente. Mas esse valor pode mudar de acordo com a faixa de salário recebida. O site do governo federal possui mais informações a esse respeito. 

4. Redefina seus gastos e despesas

Sem dúvidas, uma das coisas mais importantes depois de passar por um desligamento é fazer um balanço de gastos e receitas, ou seja, saber quanto dinheiro você tem, quanto precisa gastar e com o que se gasta. 

Você precisa saber quanto dinheiro tem guardado (se tiver uma reserva de emergência, ela vai ser muito útil agora), quantas contas ainda precisam ser pagas e estimar os gastos que terá pelos próximos meses.

Reavaliar hábitos para reduzir ao máximo a quantidade de gastos supérfluos é uma necessidade mandatória. Esse momento pede uma revisão de comportamento e estilo de vida. 

Lembre-se de que essa é uma situação passageira e de que isso não significa que você viverá para sempre com essas limitações, apenas que você possui limitações temporárias que devem ser respeitadas por você e pelas pessoas ao seu redor. 

5. Redefina seus objetivos

Perder o trabalho traz inúmeras preocupações, afinal, todos precisamos de dinheiro para sobreviver. No entanto, é importante que as condições de trabalho que você almeja e os seus objetivos não sejam perdidos de vista no momento de reconsiderar uma recolocação profissional. 

Por questões financeiras, pode até ser que você precise começar em um emprego que não corresponda totalmente ao que procura. Nesse sentido, é importante que você reconheça seus limites de tolerância e as concessões que está com disposição a fazer para suprir suas necessidades. 

No entanto, se for possível, dedique um tempo para fazer cursos de curta duração, gratuitos, que possam te agregar enquanto pessoa e te aproximar dos seus objetivos profissionais. No caso de quem sofre layoff, essas qualificações podem até já ser ofertadas pela empresa.

Mesmo com as dificuldades e emoções do momento, é importante que você se mantenha em curso e não se desprenda das suas idealizações. 

Cuide-se!  

Um layoff ou demissão são capazes de mexer com nossas emoções e com os aspectos que estruturam a nossa vida. 

Para lidar com essa situação, é importante conseguir focar nas demandas do presente sem deixar que as intenções do futuro se percam. 

É fundamental prestar atenção nas medidas práticas que esse tipo de contexto traz, como a realização de um exame demissional cuidadoso e a solicitação do seguro-desemprego. 

Mas, acima de tudo, lembre-se de respirar, de manter a calma e de cuidar de si das maneiras que fizerem sentido.  

Conte com a Salú!

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