Muitas pessoas estão acostumadas com o termo “absenteísmo”. Mas você sabe o que é presenteísmo?
Apesar de terem a mesma terminação, essas duas palavras significam coisas bastante diferentes, e quem lida com gestão de pessoas precisa entender o que os dois termos significam.
Neste texto, vamos explicar o que é presenteísmo e de que maneira o RH pode evitar que isso aconteça.
O que é presenteísmo?
O presenteísmo é um termo que se refere ao comportamento de estar presente fisicamente em determinado espaço, mas estar com o pensamento distante dali, em outro lugar ou situação.
Esse comportamento tem se tornado comum nos ambientes de trabalho, especialmente motivado pela pressão e sobrecarga que o excesso de demandas pode ocasionar. Consequentemente, os resultados podem ser diretamente impactados pelo baixo desempenho.
Isso também acaba acontecendo por parte de colaboradores que não se sentem bem para trabalhar, mas acabam comparecendo às atividades mesmo assim, por medo de demissões e retaliações.
Presenteísmo não é intencional
É importante ressaltar que o presenteísmo, na grande maioria dos casos, não é intencional, isto é, não se trata de má-fé dos colaboradores, e sim de causas que vão além do controle destes.
Por isso, muitas vezes, além do presenteísmo não ser intencional, também sequer se trata de algo consciente, ou seja, as pessoas dentro de uma empresa podem estar passando por isso sem perceber.
Relação com a Síndrome Burnout
O presenteísmo pode ser o primeiro sinal de problemas mais graves, como o burnout, por exemplo. Por esse motivo, é necessário que a empresa esteja atenta aos colaboradores, e garanta um ambiente saudável em que a presença física e emocional estejam em sintonia.
Quais são os sinais de presenteísmo no trabalho?
Quando se tem um colaborador que está comparecendo ao trabalho e, aparentemente, cumprindo a sua rotina de forma normal, pode ser muito difícil identificar se ele está distante.
Mas existem fatores que chamam a atenção para a possibilidade de haver presenteísmo:
- Colaboradores que frequentemente se sentem – aparentemente ou a partir de relatos – cansados, estressados ou doentes, mas mesmo assim, seguem comparecendo ao trabalho;
- Queda de produtividade em tarefas que costumavam ser concluídas com eficiência;
- Dificuldade no cumprimento de prazos, apesar do tempo suficiente para a realização das atividades. Aqui, é importante observar os colaboradores que parecem ocupados, mas não conseguem concluir suas tarefas;
- Maior necessidade de revisão das atividades por outros membros da equipe;
- Muitas horas extras sendo trabalhadas para pouco aumento na produtividade;
- Comportamento defensivo por parte dos colaboradores ao serem questionados sobre o próprio desempenho no trabalho ou, ainda, mudanças de comportamento no relacionamento com a equipe.
Fatores que levam ao presenteísmo
Existem algumas motivações que os colaboradores têm para comparecer ao trabalho apesar de não conseguirem apresentar o engajamento e comprometimento habituais e necessários para o exercício profissional.
Um desses fatores está relacionado às doenças ocupacionais e outros problemas de saúde. Apesar de não se sentirem bem, muitos profissionais podem sentir que devem comparecer ao trabalho apesar disso, até mesmo esperando uma gravidade maior para justificar possíveis faltas e afastamentos.
Outro fator que pode causar o presenteísmo no trabalho é um ambiente estressante, geralmente aquele que oferece competitividade e sobrecarga, afetando a saúde mental e física do colaborador, que pode acabar entrando no “piloto automático” no que diz respeito a execução de suas atividades e seu desempenho.
Além disso, ambientes em que há uma cultura de pressão para os profissionais trabalharem longas horas ou estarem sempre disponíveis, ainda que não estejam produtivos, podem acabar incentivando uma “cultura do presenteísmo”.
Consequências de haver presenteísmo dentro da empresa
Além da queda de produtividade advinda da falta de engajamento, uma consequência desse comportamento é a queda da qualidade do trabalho, que também pode impactar na lucratividade.
O presenteísmo também pode gerar o aumento do absenteísmo, que se trata da ausência prolongada dos colaboradores no período de trabalho, seja por faltas, atrasos ou saídas antes do final do expediente.
Como evitar o presenteísmo no trabalho
Sem dúvidas, o presenteísmo pode acabar se tornando um grande problema para a empresa, já que afeta diretamente o relacionamento entre a equipe e a produtividade no trabalho.
Como prevenir o presenteísmo?
Comunicação aberta
Em primeiro lugar, é necessário que os colaboradores possam se sentir à vontade para falar sobre preocupações e dificuldades que possam estar enfrentando sem receio de julgamentos ou retaliações.
Nesse caso, é válido aplicar uma pesquisa interna para compreender como os colaboradores estão se sentindo no ambiente de trabalho. Isso evita que eles sintam que precisam ir ao trabalho a qualquer custo, e escondam eventuais desafios pessoais em prol da presença.
Metas realistas e equilibradas
É de extrema importância que os colaboradores sintam que podem cumprir suas metas e prazos de trabalho sem ter que se submeter a horas extras ou sacrificarem seu tempo livre.
Aqui, vale também uma distribuição de tarefas equilibrada para não haver o acúmulo de atividades a nenhum colaborador. Isso evita a sobrecarga que causa o presenteísmo.
Qualidade de vida
Investir na qualidade de vida do colaborador é um jeito de prevenir não só o presenteísmo, mas também as mais diversas causas de licenças e afastamentos.
Diversas ações internas podem ser elaboradas para isso, como a flexibilidade do horário de trabalho, opções de lazer para as pausas, como a ginástica laboral, conversas sobre saúde física e mental, entre outros.
Para isso, criar um ambiente saudável que resgate a motivação da equipe é essencial.
Acompanhamento
Monitorar quaisquer sinais de presenteísmo no trabalho é importante para prevenir seu avanço. Por isso, é necessário acompanhar se há, por exemplo, atrasos constantes e maior frequência de erros.
Exames ocupacionais
Além disso, os exames ocupacionais também são uma forma de acompanhamento já que, além de monitorar os sinais no comportamento dos colaboradores, é importante monitorar os seus dados de saúde.
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