Ergonomia cognitiva é um tema cada vez mais debatido. Se você é uma pessoa que passa muitas horas trabalhando em frente a um computador, sabe como a sua saúde pode ser afetada por isso.
Dores físicas são apenas alguns dos sintomas que podem ser experimentados por quem trabalha em um ambiente inadequado. Nesses casos, o cansaço mental também afeta a cognição humana.
É por isso que a ergonomia cognitiva é tão importante: ela se concentra em como a mente humana processa informações e como isso afeta o desempenho no trabalho.
Trata-se de uma abordagem que busca entender como a mente humana processa informações e como isso pode impactar o desempenho no trabalho e na vida cotidiana.
Neste texto iremos explorar mais sobre o que é a ergonomia cognitiva e como ela pode ser aplicada na prática para melhorar a qualidade de vida dos funcionários e os resultados da empresa.
O que é a ergonomia cognitiva?
Pertencente à área da ergonomia, a ergonomia cognitiva se pauta na compreensão de como as pessoas processam informações e na adaptação do ambiente de trabalho para melhor atender às habilidades cognitivas dos trabalhadores.
Isso pode incluir, por exemplo, a organização das tarefas de maneira lógica e clara, o uso de sistemas de informação que facilitem o entendimento e a tomada de decisões, e a redução de distrações e estímulos desnecessários no ambiente ocupacional.
Em outras palavras, a ergonomia cognitiva visa criar um ambiente de trabalho que seja mais fácil de ser compreendido e operado pelos trabalhadores, com o objetivo de melhorar sua eficiência, segurança e saúde.
Para atingir esse objetivo, a ergonomia cognitiva utiliza uma abordagem baseada na compreensão do funcionamento do cérebro humano e na identificação das limitações e habilidades cognitivas individuais dos trabalhadores.
Partindo dessa compreensão, é possível adaptar o ambiente de trabalho, incluindo o design de equipamentos e dispositivos, a organização das tarefas, a disposição dos elementos no ambiente e a forma como a informação é apresentada, para melhorar a compreensão e reduzir a carga cognitiva exigida dos trabalhadores.
Esse fenômeno começou a ser mais amplamente discutido na década de com a crescente importância das Tecnologias da Informação (TICs) e da automação no ambiente de trabalho.
Com a necessidade de entender como os trabalhadores processam informações e tomam decisões em ambientes complexos e tecnologicamente avançados levou ao desenvolvimento da ergonomia cognitiva como uma subárea da ergonomia.
Desde então, esse campo tornou-se uma área importante de pesquisa e aplicação em diversos setores, incluindo a indústria, saúde, transporte, defesa e outros.
O que as normas regulamentadoras dizem sobre ergonomia cognitiva?
Embora não haja uma norma regulamentadora específica que aborde a ergonomia cognitiva, as NRs existentes sobre ergonomia e SST geralmente incluem elementos que abrangem a ergonomia cognitiva.
Por exemplo, a norma regulamentadora NR-17, que estabelece diretrizes de ergonomia para o trabalho, inclui a análise das condições de trabalho que afetam o desempenho cognitivo do trabalhador, bem como a adequação do ambiente às características psicofisiológicas dos trabalhadores.
Outras normas regulamentadoras, como a NR-15 (atividades e operações insalubres) e a NR-16 (atividades e operações perigosas), também podem incluir elementos relacionados à ergonomia cognitiva, dependendo do tipo de atividade ou operação realizada pelos trabalhadores.
Portanto, embora não haja uma norma regulamentadora específica para a ergonomia cognitiva, a aplicação das normas regulamentadoras existentes já pressupõem que a empresa deve empenhar esforços em atender critérios que beneficiem uma ergonomia cognitiva adequada.
Quais os benefícios de investir em ergonomia cognitiva?
O principal objetivo da ergonomia cognitiva é criar ambientes de trabalho adaptados às habilidades cognitivas dos trabalhadores, permitindo que eles sejam mais produtivos, seguros e saudáveis.
Se preocupar com a ergonomia cognitiva e promover ações que a incorporam na empresa pode trazer vários benefícios, incluindo:
- Aumento da produtividade e desempenho dos trabalhadores;
- Redução de acidentes e lesões relacionados ao trabalho;
- Melhoria na saúde mental e bem-estar dos trabalhadores;
- Redução do estresse, fadiga e esgotamento mental;
- Aumento da satisfação e motivação dos trabalhadores;
- Melhoria na qualidade do trabalho realizado;
- Redução de erros humanos;
- Melhoria na comunicação e tomada de decisões;
- Redução do absenteísmo e da rotatividade de funcionários;
- Melhoria na imagem da empresa e atração de talentos.
Essas medidas possibilitam que o ambiente de trabalho seja adaptado às habilidades cognitivas dos trabalhadores, sendo assim possível criar um ambiente de trabalho mais eficiente, seguro e agradável para todos.
Como implantar?
Existem diversas ações que as empresas podem adotar para incorporar a ergonomia cognitiva no ambiente ocupacional, algumas delas incluem:
- Realizar avaliações de risco: É importante realizar avaliações regulares das tarefas que os trabalhadores executam e do ambiente em que trabalham, a fim de identificar os riscos relacionados à carga cognitiva.
- Adaptar o ambiente de trabalho: Com base nas avaliações de risco, é possível adaptar o ambiente de trabalho para reduzir a sobrecarga cognitiva, como a organização do espaço físico, a escolha dos equipamentos, a iluminação e a temperatura adequadas.
- Oferecer treinamentos: A empresa pode oferecer treinamentos que abordem a ergonomia cognitiva, ajudando os trabalhadores a gerenciar sua carga cognitiva, a lidar com o estresse e a manter o foco no trabalho.
- Envolver os trabalhadores: É importante envolver os trabalhadores no processo de incorporação da ergonomia cognitiva, a fim de garantir que suas necessidades e desafios sejam levados em consideração e incorporados nas soluções propostas.
- Realizar avaliações de desempenho: Para medir a eficácia das ações de ergonomia cognitiva implementadas, é importante realizar avaliações de desempenho regulares dos trabalhadores, a fim de identificar áreas de melhoria e ajustar as práticas da empresa em conformidade.
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