Borderline: O que é o transtorno, sintomas e tratamento

transtorno de borderline

Você já ouviu falar em “borderline”? Hoje, vamos te contar tudo sobre o que é esse transtorno de personalidade, quais são os sintomas e como tratar. 

Também vamos te ajudar com o enfrentamento dessa condição no ambiente de trabalho. Vem com a gente! 

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O que é o Transtorno de Personalidade Borderline? 

Ao ouvir esse nome, é muito comum surgir a dúvida: “o que é borderline?”. O borderline é um transtorno de personalidade, ou seja, tem impacto em como um indivíduo pensa e se sente sobre si mesmo e outras pessoas e, consequentemente, em como se comporta e se relaciona. 

Esse transtorno é caracterizado por padrões de instabilidade nos relacionamentos interpessoais, na autoimagem, emoções e comportamentos de forma geral, que tendem a ser impulsivos. 

“Borderline” é uma palavra em inglês que significa “limítrofe” ou “fronteiriço”, isto é, aquilo que está no meio. O transtorno tem esse nome porque, quando descrito pela primeira vez por psicanalistas, ele foi associado a um estado intermediário entre a neurose (ansiedade e compulsões) e psicose (distorção da realidade). 

É por essa razão que o Transtorno de Personalidade Borderline também é conhecido como Transtorno de Personalidade Limítrofe, ou por suas siglas TPB ou TPL, respectivamente. 

Quais os sintomas de borderline? 

Lembra que falamos que o Transtorno de Personalidade Limítrofe é caracterizado por padrões de instabilidade? Vamos entender como isso funciona na prática com os sintomas mais comuns associados a esse transtorno: 

Instabilidade emocional intensa 

Pessoas diagnosticadas com essa condição comumente vivenciam emoções intensas e mudanças rápidas no seu estado mental, podendo passar de um humor para outro repentinamente. Também é comum a mudança rápida de interesses. 

O famoso comportamento “8 ou 80” também se manifesta em pessoas que possuem esse diagnóstico. A tendência é enxergar as situações ou pessoas como muito boas ou muito ruins. 

Instabilidade nos relacionamentos interpessoais 

Os padrões de instabilidade no borderline se mostram principalmente na dificuldade de manter relacionamentos estáveis e saudáveis. O indivíduo pode, inclusive, alternar entre idealizar e depreciar as pessoas próximas, tornando suas relações turbulentas. 

Instabilidade na autoimagem 

A visão da pessoa com o TPL sobre si mesma pode variar entre sentimentos de grandiosidade e desvalorização, o que acaba prejudicando a autoestima e a percepção de identidade pessoal. 

Medo intenso de abandono 

É comum existir um medo excessivo de ser abandonado, mesmo quando o abandono não é uma ameaça real. Esse medo pode levar a comportamentos em busca de atenção, manipulação ou autoproteção. 

Por conta disso, pode existir também uma dificuldade de confiar nas pessoas ao redor e sensação de receio em relação às reais intenções que elas possuem. 

Impulsividade 

Comportamentos impulsivos aparecem com bastante frequência, como o abuso de substâncias, comportamentos sexuais de risco, compulsões alimentares, direção perigosa, gasto irresponsável de dinheiro e/ou automutilação. 

A agressividade também pode fazer parte desses comportamentos impulsivos, afinal, é frequente que o indivíduo com borderline possua dificuldade em controlar a raiva, especialmente direcionada a pessoas próximas, experimentando sentimentos de vergonha e culpa em seguida. 

Sensação de vazio interior 

O indivíduo que sofre desse transtorno pode atravessar uma sensação persistente de vazio interior e de falta de propósito na vida, buscando frequentemente algo para preencher esse vazio. 

Isso tem tudo a ver com uma autoimagem instável e com a dificuldade em enxergar a si mesmo e entender o seu papel na sociedade, características tão marcantes no borderline. 

Qual é a diferença entre Transtorno de Personalidade Borderline e Transtorno Bipolar? 

É muito comum que haja confusão entre o TPB e o Transtorno Bipolar. Um desses motivos para isso acontecer é um estereótipo que associa o Transtorno Bipolar a uma característica que pertence ao borderline: as mudanças rápidas de humor. Você provavelmente já até ouviu a palavra “bipolar” ser usada nesse sentido, não é mesmo? 

Os padrões de humor, porém, são diferentes em cada transtorno. Enquanto no borderline as oscilações de humor são rápidas, podendo ocorrer várias vezes ao dia, no transtorno bipolar (TB), a alternância de humor ocorre em episódios prolongados, que podem durar dias, semanas ou meses. 

Pessoas que sofrem com o TB tendem a passar por flutuações de humor que variam entre episódios maníacos (elevação do humor, euforia) e depressivos (queda do humor, melancolia). Durante esses episódios, os padrões de humor e percepção de identidade pessoal são estáveis, diferente do que acontece no TPB, que é marcado pela instabilidade emocional. 

O TB também é marcado por sintomas psicóticos, como alucinações e delírios, que podem acontecer durante os episódios de mania ou depressão. Esses sintomas, no entanto, não fazem parte do transtorno borderline. 

É importante lembrar que, se você se identifica com a descrição de qualquer um desses transtornos mentais, é importante procurar profissionais de saúde mental qualificados, como um psicólogo ou um psiquiatra, para realizar o diagnóstico e o tratamento de forma adequada. 

Transtorno de Personalidade Borderline no trabalho 

Os padrões de instabilidade que caracterizam essa condição podem também afetar a rotina laboral, afinal, é possível que a dificuldade em manter relacionamentos pessoais gere tensões e conflitos do colaborador com a equipe. 

Além disso, a intensidade das emoções e oscilações de humor típicas do borderline podem aumentar o desgaste emocional no trabalho. O medo excessivo de abandono e, consequentemente, da desaprovação, pode resultar em autocobrança excessiva, aumentando a sobrecarga nas atividades profissionais. 

Tudo isso pode facilitar o desenvolvimento de outro transtorno mental: a Síndrome de Burnout. Mas, assim como o burnout, o borderline também possui tratamento e a empresa pode tomar atitudes de apoio aos colaboradores nesse sentido. 

Como é o tratamento para o Transtorno de Personalidade Borderline?

O tratamento para borderline envolve uma abordagem multidisciplinar, com intervenções psicoterapêuticas e, em alguns casos, o uso de medicações psiquiátricas. 

Assim como acontece com a Síndrome do Pânico, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) também é altamente indicada para o TPB. Porém, há uma abordagem conhecida como Terapia Comportamental Dialética (TCD, também conhecida pela sigla DBT, de “Dialectical Behavioural Therapy”), derivada da TCC, que foi desenvolvida especialmente para o transtorno limítrofe. 

Enquanto a TCC é uma abordagem que visa identificar e modificar padrões de pensamentos e comportamentos disfuncionais para promover mudanças positivas nesses padrões, a TCD combina técnicas cognitivas e comportamentais com estratégias para o manejo de emoções intensas e desenvolvimento de habilidades de regulação emocional. 

É claro que outras abordagens psicoterapêuticas, como a psicanálise, podem ser úteis no tratamento para o borderline, afinal, a experiência com a terapia é individual. 

A terapia em grupo também pode ser usada no tratamento desse transtorno, pois proporciona um ambiente de apoio onde pode haver a troca de experiências, o aprendizado de habilidades sociais e a conexão com outras pessoas que enfrentam desafios semelhantes diariamente. 

Outra terapia que pode ser usada no tratamento é a terapia familiar, que possivelmente irá contribuir com a melhora da comunicação e a compreensão mútua entre os membros da família, estabelecendo um ambiente mais estável e de apoio para as pessoas que sofrem com o borderline. 

Medicações para boderline

Quanto a medicações, não existe nenhuma específica para tratar diretamente o TPB, mas em alguns casos, alguns medicamentos podem ser prescritos para tratar sintomas específicos, como depressão, ansiedade ou impulsividade. 

Adotar hábitos saudáveis é imprescindível para complementar o tratamento. Uma alimentação equilibrada e a realização de exercícios físicos, por exemplo, estão associadas a melhoras na saúde física e mental. 

Como a empresa pode ajudar o colaborador borderline? 

Já te dissemos como o transtorno limítrofe pode impactar no trabalho, certo? Também dissemos que a empresa pode tomar atitudes para apoiar o colaborador que possui esse diagnóstico. Caso você tenha se perguntado quais são essas atitudes, aqui vão algumas ideias: 

  • Conscientização: Fornecer informações educativas e conscientizar o seu time sobre o assunto (que pode englobar também outros transtornos mentais) pode ajudar a reduzir o estigma e aumentar a compreensão sobre o transtorno. É possível até mesmo dedicar um espaço da SIPAT para isso!
  • Comunicação aberta: Criar um ambiente de trabalho saudável, com uma cultura de respeito e abertura para discutir questões relacionadas à saúde mental pode ser muito vantajoso.

    Incentivar uma comunicação honesta entre funcionários e gestores pode contribuir para que os funcionários com borderline expressem suas necessidades e busquem o apoio necessário;
  • Benefícios de saúde: Implementar benefícios de saúde que possibilitem que o colaborador busque diagnóstico e tratamento adequados é muito importante para apoiar os colaboradores com borderline.

    A empresa também pode estimular hábitos positivos durante a própria rotina de trabalho: sessões de meditação, exercícios laborais e alimentação saudável podem fazer toda a diferença para o bem-estar de todos os profissionais da equipe, sobretudo aqueles que atravessam algum sofrimento mental. 

Auxílio-doença e borderline

Caso a pessoa se sinta impossibilitada de desenvolver suas atividades de trabalho por conta do transtorno de bordeline, ela pode procurar o RH para solicitar o afastamento a fim de realizar o tratamento adequado.

É muito comum surgir dúvidas sobre quem pode ou não receber esse benefício. Por isso, temos um outro texto explicando os três requisitos básicos para ter direito ao auxílio-doença.

Retorno ao trabalho e borderline

O retorno ao trabalho após um período de afastamento previdenciário pode trazer desafios tanto para a empresa quanto para o colaborador. Em casos onde o afastamento ocorre por conta do transtorno de borderline, a empresa precisa ser ainda mais atenciosa.

Esse processo é importante para a reintegração do colaborador à sua atividade profissional, mas pode ser complexo devido a questões emocionais, de saúde e de adaptação à rotina de trabalho.

Nesse sentido, antever alguns desafios ajuda o RH a promover ações que favoreçam a readaptação do colaborador. Saiba mais sobre isso no texto abaixo!

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