Síndrome de Tourette: Como a empresa pode lidar com essa condição?

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Também conhecida popularmente como a “condição dos tiques”, a Síndrome de Tourette é uma patologia que afeta diversas pessoas no mundo. 

Nas empresas, promover ações que visem a conscientização sobre esse tema pode ser um desafio para o RH, que muitas vezes não tem conhecimento dos dados de saúde do seu quadro de colaboradores.  

Nesse cenário, a síndrome de Tourette é um dos assuntos que podem ser abordados pela empresa no âmbito de saúde ocupacional, a fim de promover reduzir estigmas em torno da condição e melhorar a qualidade de vida no trabalho de quem porta a doença. 

Logo abaixo, abordamos seus sintomas marcantes, as dificuldades que as pessoas que possuem a síndrome enfrentam e também as abordagens de tratamento comumente utilizadas.  Além disso, apresentamos os desafios mais comuns para lidar com a síndrome no ambiente de trabalho.

Se você nunca ouviu falar antes, este texto é o ponto de partida perfeito para entender tudo sobre a Síndrome de Tourette.

Boa leitura!

O que é a Síndroma de Tourette?

A Síndrome de Tourette é um distúrbio neuropsiquiátrico crônico que se caracteriza pela presença de tiques motores e vocais, que são movimentos e vocalizações involuntárias e repetitivas. Esses tiques podem variar em intensidade, frequência e complexidade ao longo do tempo.

Os tiques motores comuns incluem:

  • Piscar os olhos
  • Realizar movimentos faciais
  • Encolher os ombros
  • Balançar ou girar partes do corpo

Já os tiques vocais podem envolver

  • Pigarros
  • Grunhidos
  • Palavras 
  • Coprolalia, que são frases completas, às vezes com conteúdo obsceno ou ofensivo

Essa síndrome geralmente se manifesta durante a infância ou adolescência, e sua causa exata ainda não é completamente compreendida. No entanto, acredita-se que seja resultado de uma combinação de fatores genéticos e hereditários.

Embora os tiques possam ser incômodos, causando desconforto físico ou social, é importante ressaltar que a grande maioria das pessoas que vivenciam a Síndrome de Tourette é capaz de levar uma vida normal, assim como qualquer outra pessoa.

Geralmente, além dos tiques, algumas pessoas podem apresentar adicionalmente condições associadas, como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), dentre outros transtornos relacionados ao humor.

Desafios no ambiente de trabalho

A Síndrome de Tourette pode afetar o trabalho de uma pessoa de várias maneiras, dependendo da gravidade dos tiques e as exigências específicas do trabalho que ela desempenha.

Distração e dificuldade de concentração

Os tiques frequentes e involuntários podem ser distrativos para a pessoa que possui a condição, dificultando a concentração em tarefas específicas. Isso pode levar a uma redução da produtividade e do desempenho no trabalho.

Necessidade de adaptações no ambiente de trabalho

Dependendo da gravidade dos tiques, podem ser necessárias adaptações no ambiente de trabalho para acomodar as necessidades da pessoa com Síndrome de Tourette. Isso pode incluir ajustes na configuração física do local de trabalho, alterações nas tarefas ou horários de trabalho flexíveis.

Estigma e reações negativas

O estigma associado à síndrome pode resultar em reações negativas por parte dos colegas de trabalho, o que pode afetar negativamente o ambiente de trabalho e a interação social. Comentários inadequados, discriminação ou exclusão podem aumentar o estresse e a ansiedade no trabalho.

É em face de questões como essas que há uma proposta em andamento para incluir os portadores de Tourette na Lei Brasileira de Inclusão (LBI), por meio do Projeto de Lei 206/21, atualmente em tramitação nas instâncias legais.

Essa iniciativa busca principalmente permitir que indivíduos com Síndrome de Tourette se beneficiem das proteções legais destinadas aos trabalhadores com deficiência. Isso visa fornecer suporte e garantir a implementação de medidas para atender possíveis necessidades desse grupo no ambiente de trabalho.

Dito isso, é importante ressaltar que nem todas as pessoas que possuem a síndrome enfrentam dificuldades significativas em sua atuação profissional. Muitas são capazes de encontrar estratégias de adaptação, receber apoio adequado e ter sucesso em suas carreiras.

As empresas devem ser proativas no acolhimento 

Dentro desse contexto, também é crucial destacar a importância da postura proativa das empresas ao implementar medidas para direcionar a atenção à conscientização da Síndrome de Tourette.

Isso pode ser feito por meio da realização de campanhas de conscientizaçãotreinamentos específicos voltados para um melhor entendimento da condição, bem como pela criação de espaços seguros como grupos de apoio e aconselhamento, por exemplo.

Essas medidas demonstram o compromisso das empresas em valorizar a diversidade e o bem-estar dos colaboradores, promovendo um ambiente de trabalho inclusivo onde todos se sintam respeitados e valorizados em seus locais de trabalho.

Síndrome de Tourette na SIPAT

A Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho é um evento anual que deve ser promovido pelas empresas, conforme estabelece com a NR-5. 

É muito comum que palestras e treinamentos façam parte da agenda de atividades desse evento, e esse pode ser um bom ensejo para abordar a síndrome de tourette com os colaboradores. 

Apesar de não ser caracterizado como uma doença ocupacional ou do trabalho, é correto dizer que portadores da síndrome de tourette sentem interferências dessa condição no dia a dia de trabalho, e vice-versa.

Por esse motivo, é interessante que a empresa promova ações de discussão do tema durante a SIPAT. Mas um dos grandes desafios das empresas hoje é saber ao certo quais são as principais doenças e condições que estão presentes no seu quadro de colaboradores. 

Com o dashboard de saúde populacional da Salú, por exemplo, é possível mapear a frequência dessa e de outras condições –  como diabetes, depressão, colesterol alto, etc. – na empresa e promover ações de saúde que reflitam a realidade do quadro de colaboradores. 

Quais os tratamentos para a condição?

O tratamento da Síndrome de Tourette segue uma abordagem multidisciplinar, combinando diversas estratégias para reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida do indivíduo afetado.

Uma parte essencial desse tratamento é a educação sobre a síndrome, tanto para o paciente quanto para a família, a fim de compreender e enfrentar os desafios associados a ela.

Levando isso em conta, o tratamento pode variar de acordo com a gravidade dos tiques e a presença de condições associadas. Dentre alguns dos tratamentos comumente utilizados estão:

  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC): Essa abordagem  psicológica pode ajudar o paciente a identificar comportamentos relacionados aos tiques e desenvolver estratégias para lidar com eles, além de fornecer técnicas de relaxamento e habilidades de gestão do estresse.
  • Tratamento de condições associadas: Se houver condições coexistentes, como TDAH, TOC ou problemas de humor, o tratamento adequado dessas condições também pode ajudar a reduzir os sintomas da condição principal.
  • Uso de medicamentos: Em alguns casos, podem ser prescritos medicamentos específicos para reduzir a gravidade e a frequência dos tiques, especialmente quando eles causam significativo desconforto físico, emocional ou social. 

É importante ressaltar que o tratamento da Síndrome de Tourette é personalizado para cada indivíduo.

Um médico especializado ou um conjunto desses profissionais, como neurologistas, psiquiatras ou psicólogos, devem avaliar a gravidade dos sintomas, as necessidades individuais e prescrever o tratamento adequado. 

No mais, eles também irão fornecer acompanhamento contínuo, avaliar o progresso e ajustar as estratégias de tratamento conforme necessário.

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