A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1 em cada 4 pessoas sofrerão algum grau de perda auditiva até 2050. Por isso, é tão importante falar sobre a saúde do ouvido.
Você conhece os exames que investigam doenças que podem afetar a audição? Hoje, viemos falar sobre um deles: o exame BERA. Acompanhe este post para saber o que é esse exame, quais suas finalidades e como ele é realizado!
O que é o exame BERA?
BERA é a sigla para “Brainstem Evoked Response Audiometry”. Apesar de ser mais conhecido pela sua sigla em inglês, também é conhecido pela sigla em português PEATE, isto é, Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico.
Trata-se de um procedimento utilizado para avaliar a audição e a função do nervo auditivo até o tronco encefálico. É um exame frequentemente realizado em recém-nascidos e crianças pequenas.
Para que serve o exame BERA?
O objetivo desse exame é avaliar a integridade funcional do nervo auditivo e determinar a presença – ou não – de distúrbio auditivo e qual o seu grau, em caso de confirmação do distúrbio.
O exame também avalia a causa da perda auditiva, que pode ocorrer devido a lesão na cóclea (parte do ouvido interno responsável pela audição), no nervo auditivo ou no tronco encefálico.
Quais doenças podem ser identificadas pelo exame BERA?
Além de ajudar a determinar se a perda auditiva tem origem no ouvido interno ou no nervo auditivo e identificar lesões das mais diversas causas nesse nervo, o BERA pode contribuir para detectar a presença de tumores cerebrais que afetam o sistema auditivo.
O exame também pode ser utilizado como parte da avaliação para diagnosticar a esclerose múltipla, uma doença autoimune que pode apresentar impactos no sistema nervoso central, incluindo o sistema auditivo.
Por que o exame BERA é recomendado para bebês e crianças?
O exame BERA é mais comum de ser realizado em bebês e crianças pequenas por não demandar cooperação ativa do paciente, uma vez que em uma audiometria convencional é necessário que o paciente responda a estímulos sonoros, algo que muitas vezes é incapacitante para essa faixa etária.
Além disso, esse procedimento é especialmente útil em bebês e crianças, pois pode ajudar a identificar problemas auditivos de forma precoce, permitindo intervenções e tratamentos adequados a tempo.
O diagnóstico precoce de perda auditiva é primordial para o desenvolvimento saudável da linguagem e comunicação nessas idades. Sendo assim, o exame BERA é uma ferramenta importante para a avaliação da audição nessa faixa etária, permitindo um diagnóstico preciso mesmo na ausência de resposta voluntária do paciente.
Adultos podem realizar o exame BERA?
Apesar de tudo isso, os adultos também podem realizar o exame BERA. Ele pode ser indicado para pessoas adultas em casos específicos, como investigação de perda auditiva neurossensorial, avaliação de lesões no nervo auditivo ou diagnóstico de condições neurológicas que afetam o sistema auditivo.
Quando o exame BERA é indicado?
Esse procedimento é indicado quando houver suspeita de perda ou deficiência auditiva em qualquer faixa etária. Ele também pode ser pedido em casos de crianças com atraso no desenvolvimento da linguagem, pois esse atraso pode ser um sinal para problemas auditivos.
Como é feito o exame BERA?
O exame BERA é realizado após o paciente ser posicionado de forma confortável em uma sala silenciosa. É importante que o paciente esteja tranquilo e relaxado durante o exame, pois qualquer movimento pode interferir no resultado.
Caso haja muita movimentação durante o exame, pode ser aconselhada a sedação durante o tempo de realização do procedimento para garantir que nenhum movimento seja executado, de forma a não alterar o resultado.
Após isso, eletrodos serão fixados no couro cabeludo do paciente. Esses eletrodos são responsáveis por registrar as respostas elétricas geradas pelo sistema auditivo aos estímulos sonoros.
A partir de então, o profissional responsável pelo exame apresenta estímulos sonoros ao paciente por meio de fones de ouvido. Esses estímulos podem ser cliques, tons ou padrões sonoros específicos.
Depois dos eletrodos registrarem as respostas elétricas do sistema auditivo aos estímulos sonoros apresentados pelo fone de ouvido, os sinais são transmitidos pelos eletrodos a um equipamento de registro, em que o profissional irá monitorar e registrar as respostas do sistema auditivo em um computador.
Assim, o exame será concluído e o profissional responsável irá analisar e interpretar os resultados. Esses resultados serão utilizados em conjunto com outros dados clínicos para auxiliar no diagnóstico e planejamento do tratamento, se necessário.
Vale ressaltar que se trata de um procedimento indolor e não invasivo, que dura entre 30 e 40 minutos. Durante o exame, o paciente deve seguir as orientações do profissional para garantir que os resultados sejam precisos.
Há alguma contraindicação para o exame BERA?
O exame não apresenta contraindicações, mas pode ser reagendado em caso de feridas no couro cabeludo, dermatite seborreica intensa, pediculose (piolhos) e alguns tipos de apliques.
Outros exames auditivos que você precisa conhecer
Além do exame BERA, existem outros exames que podem ajudar a avaliar a audição e identificar problemas nesse sentido. São eles:
- Audiometria tonal: É um exame subjetivo que avalia a capacidade auditiva em diferentes frequências sonoras. O paciente deve sinalizar quando escutar os sons emitidos por fones de ouvido ou alto-falantes;
- Audiometria vocal: É um teste em que se solicita ao paciente para repetir palavras ou sons de diferentes intensidades, ajudando a avaliar a discriminação e a compreensão da fala;
- Imitanciometria: Mede a impedância acústica do exame auditivo, fornecendo informações sobre a integridade da orelha média. Pode auxiliar no diagnóstico de problemas como a otite média.
O exame BERA não está entre os exames ocupacionais obrigatórios. Nesse contexto, são utilizados a audiometria tonal e vocal para avaliar a capacidade auditiva dos trabalhores expostos a ruídos no ambiente de trabalho.
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