Gerenciamento de estresse organizacional: o case de uma biofarmacêutica!

O estresse é uma tema amplamente discutido na sociedade. 

De acordo com a OMS, cerca de 90% da população mundial sofre com essa condição, que afeta em larga escala o trabalho e o ambiente corporativo. Inclusive, já abordamos o estresse e seus tipos em outro texto do blog da Salú, vale à pena conferir!

Mas sua empresa sabe como estão seus colaboradores com relação ao estresse? Onde você trabalha, existe algum programa de gerenciamento de estresse organizacional?

O Dr. Glauco Callia, atual Head de Inovação da Salú, conta exatamente os passos de como podemos fazer o gerenciamento de estresse organizacional de uma maneira eficaz e científica. 

Sua experiência mais ampla sobre o tema foi através de  um programa de sucesso em vários países pela GSK,  empresa global de biofarma na qual atuou como líder em medicina do trabalho.

Esse case de sucesso foi apresentado em janeiro de 2023, no congresso de medicina ocupacional em Nova Délhi, Índia. 

Um dos conteúdos apresentado foi: 

Como fazer um programa de gerenciamento de estresse ao redor do globo, utilizando o big data? 

Leia para entender!

gerenciamento de estresse organizacional

Por que atacar o estresse organizacional?

Durante a pandemia e nos dias de hoje, é sabido que o estresse não está presente apenas na vida pessoal dos colaboradores. É uma questão multifatorial, com muitas variáveis para se compreender. Logo, é necessário cuidar de cada uma para resolver o problema de forma geral..

Como líder executivo da GSK, Dr. Glauco Callia convenceu a alta gestão a lidar com um programa de estresse corporativo ao invés de um simples programa de resiliência emocional, o qual estava sendo discutido na época. 

Ao focar em “resiliência”,  coloca-se o peso da questão apenas no colaborador. Mas quando se foca em estresse organizacional, o conceito vai mais a fundo no entendimento de toda sua experiência.

Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde:

“Estresse organizacional é definido como uma resposta emocional, cognitiva, comportamental e psicológica para a agressividade e aspectos prejudiciais do trabalho, do ambiente de trabalho e do clima organizacional.”

Necessidades para um programa de Gerenciamento de Estresse

Um programa prático de gerenciamento de estresse organizacional pode ser desenvolvido em 8 passos:

  1. Entender o estresse organizacional como uma realidade
  2. Definir a ferramenta do programa
  3. Realizar o engajamento dos stakeholders, ou seja, de todas as partes envolvidas
  4. Executar uma pesquisa de clima organizacional
  5. Apresentar resultados da pesquisa
  6. Construir um plano de ação contra o estresse
  7. Executar outra pesquisa comparativa de clima organizacional
  8. Relacionar os novos resultados com a produtividade

Reconhecer o estresse organizacional

Para atacar o problema de forma regional, é necessário definir os dois primeiros pontos: entender o problema do estresse organizacional como realidade, assim como escolher a ferramenta ou método necessário para desenvolver o programa.

As áreas de gestão de gente, os RHs, sabem que parte do estresse vivido pelo colaborador é pelo ambiente do seu trabalho. Logo, é necessário melhorá-lo se quiser resolver o problema do fenômeno. 

O HSE – Health and Safety Executive, uma ferramenta desenvolvida pelo governo do Reino Unido, foi a escolhida para o programa de gerenciamento de estresse. É uma das melhores para se entender a causa raiz do problema. 

Engajar as pessoas

Entendido que estresse é um problema para a companhia e escolhida a ferramenta do programa, é necessário engajar os times a serem envolvidos.

Para isso,  todas as lideranças devem entender a necessidade do programa, para ter ciência e compreensão da necessidade de melhoria do clima organizacional e produtividade.

Após esse alinhamento inicial, deve-se pensar na pesquisa de campo com as variáveis principais a serem monitoradas, para entender o antes e depois do programa, quais os benefícios gerados.

Como funciona a pesquisa inicial?

Aplica-se uma pesquisa com 35 questões de bem-estar, para fazer um índice de estresse organizacional. Há 03 abordagens para gerenciar:

  • Individual: programa de assistência ao colaborador e saúde ocupacional 
  • Time: workshops para identificação dos riscos para organização dentro das equipes
  • Liderança: treinamento mental para lideranças, para saberem como lidar 

No case da GSK, por ser uma empresa global, foi necessário dar liberdade para países realizarem seus programas respeitando a diversidade local, como cultura, religião e as diferentes experiências dos colaboradores.

Há 07 pilares com valores de  índices, as quais as 35 variáveis pesquisadas norteiam:

  • Demandas
  • Controle
  • Suporte da liderança
  • Suporte dos pares
  • Relacionamento
  • Papel na organização
  • Mudanças com seus times

Avaliação do Cenário e Plano de Ação

Um bom exemplo aplicado na América Latina em 03 anos, ao acompanhar seus índices (KPIs) nos períodos pré-pandemia (2019), durante a pandemia (2020) e no pós-pandemia (2021). 

Foram executados planos de ação de melhoria para os 07 pilares, respeitando a natureza de cada atividade e a realidade de cada time dentro da companhia. Cada pilar pode ser enquadrado como: crítico, perigo, normal e bom. Quanto maior a nota, melhor o índice.

ferramenta de gerenciamento de estresse organizacional da salú
Fonte: Salú

Resultados do gerenciamento de estresse organizacional

Após a construção do plano de ação realizado em 2019,  os resultados do programa foram medidos para os anos subsequentes:

  • O risco de burnout caiu consideravelmente em 65%, ou seja, de 30% para 10,5% em 03 anos. 
  • Houve um aumento de produtividade e melhorias de escores em 6 dos 7 pilares. 
  • Houve uma melhora significativa na experiência do colaborador de forma geral.
ferramenta de gerenciamento de estresse organizacional da salú
Fonte: Salú

Uma população com índice de estresse abaixo de 3,5 possui 30% a mais de chance de ter problemas de saúde mental relacionados ao trabalho. Isso foi descoberto ao cruzar dados do seguro nacional com organizações de saúde.

Como ter certeza de que um programa contra estresse organizacional funciona?

Para provar para uma organização sobre o problema de estresse, é necessário ter um discurso bem organizado com todas as informações que embasam. Para isso, é necessário realizar 03 perguntas básicas:

  1. A ferramenta HSE é uma boa forma para medir o risco de burnout?
  2. Há algum pilar que garanta a proteção da performance?
  3. A variação de estresse e burnout em um time tem a ver com a variação de sua produtividade?

Para respondê-las, deve-se:

  • Coletar todos os dados acima citados em diversos anos
  • Estabelecer as variáveis e objetivos das análises
  • Filtrar os dados por população e gerenciar sua privacidade
  • Definir o p-value de relevância estatística
  • Aplicar as correlações entre as variáveis

Pelo estudo aplicado na GSK, as conclusões percebidas foram:

Pergunta 01: HSE funciona?

Sim, o HSE é uma boa ferramenta para mensurar estresse.

Pergunta 2: Qual pilar com foco em perfomance?

Se pudermos escolher um único pilar entre os 07, seria o da liderança. É necessário sempre rever a cultura se está alinhada com  todos os envolvidos da empresa.

Pergunta 3: O estresse impacta na produtividade?

O estresse está relacionado com a produtividade. Ao aumentar em 01  ponto a proteção contra o  estresse, aumenta-se  01 ponto sua produtividade.

Conclusão

Com esse case apresentado pelo Dr. Glauco, desenvolvido globalmente na GSK, confirmaram-se algumas hipóteses iniciais. Entre elas, a existência de uma correlação entre estresse organizacional e produtividade.

Nesse sentido, o HSE pode ser um ótimo método para identificar grupos com maior risco de estresse e burnout, assim como a necessidade do plano de ação em envolver todos os pilares para cada time em cada região.

Diversas premiações foram recebidas pelos resultados do programa, as quais reconhecem o seu verdadeiro valor para um ambiente de trabalho mais saudável para os colaboradores.

Reconhecimentos GSK – Gerenciamento de estresse organizacional (2020 & 2021)

Gerencie o estresse organizacional com a Salú!

A Salú une tecnologia e cuidado humano para executar 100% da rotina de saúde ocupacional da sua empresa. Com a estrturação de dados de saúde em nosso sistema, é possível obter índices populacionais de saúde mental dos colaboradores e, com isso, implantar um programa de gerenciamento de estresse organizacional eficiente.

Marque uma conversa com a nossa equipe e conheça a fundo as possibilidades. Afinal, além de um pilar fundamental de qualidade de vida e bem-estar, a saúde mental é um ativo para a sustentabilidade de qualquer negócio.

gerenciamento de estresse organizacional

Mais Lidos