Níveis de prevenção: O que é prevenção primária, secundária, terciária e quaternária?

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Você já ouviu falar em prevenção primária no âmbito da saúde? 

E se a gente te contar que além da primária existem outros níveis de prevenção, como a prevenção secundária, terciária, quaternária e até mesmo a quinquenária? 

Pois é, tem muita coisa para entender sobre medicina preventiva e estágios de intervenção. E se engana quem pensa que esse conhecimento não é útil para a gestão de saúde corporativa.

Nas empresas, esse conhecimento é fundamental para quem trabalha na área de recursos humanos e lida diretamente com plano assistencial e saúde ocupacional. Afinal, trata-se de abordagens para evitar ou mitigar os efeitos de doenças. 

Então, se você quer aprender o que significa cada nível de prevenção e como eles se relacionam ao sistema de saúde, é só acompanhar este texto até o final!

Níveis de prevenção e promoção de saúde

Os níveis de prevenção são modelos de promoção de saúde que foram propostos na década de 1970 por Hugh Leavell e E. Gurney Clark, autores do livro intitulado “Medicina Preventiva”.

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Fonte: Google.

Nele, os autores discorrem sobre estudos epidemiológicos e apresentam ideia de ‘história natural da doença’, que se refere a todo o ciclo de evolução de uma doença no indivíduo, da exposição ao agente patogênico à progressão até o estágio final, de reabilitação ou morte. 

A respeito da história natural da doença, Leavell e Clark estabeleceram três níveis de prevenção para a atuação médica e para organização dos sistemas de saúde: prevenção primária, secundária e terciária

Em um primeiro momento, o modelo dos níveis foi compreendido de maneira socioeducativa. No entanto, isso mudou com a publicação da Carta de Ottawa, na década de 1980. 

A Carta de Ottawa é um documento fruto da Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde. Seu objetivo era contribuir com as políticas de promoção de saúde em todo o mundo, de forma equânime e universal. No texto, a carta enfatiza que: 

“A promoção da saúde vai além dos cuidados de saúde. Ela coloca a saúde na agenda de prioridades dos políticos e dirigentes em todos os níveis e setores, chamando-lhes a atenção para as consequências que suas decisões podem ocasionar no campo da saúde e a aceitarem suas responsabilidades políticas com a saúde.”

Carta de Ottawa

Portanto, após a publicação da carta, a prevenção ganhou ainda mais destaque no âmbito interventivo. Diferentemente da promoção da saúde, que é voltada para a conscientização, a prevenção de enfermidades tem como objetivo reduzir o risco de se adquirir uma doença específica. 

O que é prevenção primária? 

A definição de prevenção primária nos Cadernos de Atenção Primária do Ministério da Saúde é:

“Prevenção primária é a ação tomada para remover causas e fatores de risco de um problema de saúde individual ou populacional antes do desenvolvimento de uma condição clínica. Inclui promoção da saúde e proteção específica (ex.: imunização, orientação de atividade física para diminuir chance de desenvolvimento de obesidade).”

Cadernos de Atenção Primária, Volume 2, 2013.

Ou seja, quando falamos de prevenção primária, estamos nos referindo ao período pré-patogênico, que é quando a doença ainda não se desenvolveu no indivíduo ou na população. 

Logo, a prevenção primária é o nível de prevenção que visa adotar medidas gerais, de cunho educativo, para que a doença não venha a ocorrer no futuro. Isso melhora o bem-estar dos indivíduos e a resistência aos agentes patogênicos, como os vírus. 

Tanto o sistema público de saúde (SUS) quanto as redes privadas trabalham com a ideia de prevenção primária. Esse nível de intervenção também pode integrar uma estratégia de saúde corporativa. 

Prevenção primária: exemplos de intervenção 

  • Campanhas mensais de saúde: o calendário colorido de saúde é uma estratégia de prevenção primária que destaca uma doença ou condição por mês, a fim de promover a conscientização sobre seus sintomas e minimizar os casos. 
  • Estímulo ao uso de preservativos para reduzir a infecção por ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis)
  • Tempo de descanso de qualidade e bom sono
  • Vacinação contra as cepas da gripe
  • Prevenção ao tabagismo, abuso de álcool e dependência de substâncias

O que é prevenção secundária? 

A prevenção secundária é feita para detectar um problema de saúde em seu estágio inicial, ou seja, quando um vetor da doença já está instaurado.  

Assim, a prevenção secundária deve contribuir para o diagnóstico definitivo, tratamento e redução dos efeitos a longo prazo, de forma a garantir melhor qualidade de vida para o indivíduo ou para a população. 

Quando falamos de prevenção secundária, a detecção precoce das características de uma doença é um dos principais pontos de atenção. Lembra que falamos lá em cima sobre a história natural da doença? Isso tem tudo a ver com detecção precoce.

Como é de conhecimento comum, muitas doenças são melhor tratadas quando diagnosticadas em seu estágio inicial. Nesses casos, a detecção precoce se torna possível a partir da disseminação de como reconhecer os sinais de problemas de saúde, tanto entre usuários leigos como em profissionais.  

Além disso, a limitação da incapacidade de um organismo também se torna possível a partir da prevenção secundária, uma vez que as medidas de intervenção evitam a evolução prejudicial da doença. 

Prevenção secundária: exemplos de intervenção 

  • O uso de antirretrovirais por pessoas portadoras do vírus HIV impede que esses indivíduos desenvolvam a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
  • A mamografia é uma maneira de fazer o rastreamento mamário para a detecção do câncer de mama em estágio inicial. 
  • Pesquisa de sangue oculto nas fezes em indivíduos como estratégia de rastreamento para o câncer de cólon e reto.

O que é prevenção terciária? 

A prevenção terciária é feita quando a doença já evoluiu e se manifesta de maneira estável no organismo ou na população. Assim, as medidas tomadas visam minimizar os prejuízos dos problemas de saúde e evitar complicações mais críticas.

A reabilitação faz parte da prevenção terciária, junto com uma série de outros cuidados específicos que lidam diretamente com as limitações ocasionadas pela doença. 

Nesse nível da história natural da doença, manter o vínculo e comprometimento do paciente com as ações de prevenção pode ser um desafio, tanto por fatores físicos quanto psicológicos. 

Prevenção terciária: exemplos de intervenção 

  • Sessões de fonoaudiologia para pessoas que tiveram a oralidade prejudicadas devido a traumas físicos ou acidentes de trabalho.
  • Fisioterapia para a reabilitação dos movimentos de membros inferiores ou superiores após lesões graves. 

Outros níveis de prevenção

Embora Leavell e Clark tenham definido apenas três níveis de prevenção, outros níveis são comumente comentados na medicina preventiva. Vamos explicar mais sobre eles abaixo. 

Prevenção quaternária

A prevenção quaternária é a detecção de indivíduos em risco de intervenções, diagnósticas e/ou terapêuticas excessivas para protegê-los de novas intervenções médicas inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente aceitáveis.

Em outras palavras, a prevenção quaternária diz respeito ao período da história natural da doença em que as próprias intervenções médicas, se excessivas, podem ocasionar danos ao indivíduo.

Como a doença já está em um grau mais avançado nesse nível, os cuidados paliativos passam a ser o mecanismo de intervenção mais apropriado. Assim, a prevenção quaternária visa evitar intervenções invasivas desnecessárias. 

Prevenção quinquenária 

Recentemente, em 2014, a prevenção diz respeito ao zelo com a saúde dos próprios profissionais de saúde. Essa ideia coloca a qualidade de vida dos profissionais na perspectiva dos cuidados prestados ao paciente. 

A prevenção quinquenária ganhou mais destaque com a pandemia do coronavírus, quando os profissionais de saúde tiveram uma atuação sobrecarregada devido ao cenário crítico mundial. 

Os profissionais de saúde constituem uma das classes mais afetadas pela síndrome de burnout, doença ocupacional que provoca o esgotamento profissional. Assim, atuar na manutenção do bem-estar de profissionais de saúde gera impacto em toda a sociedade. 

Saúde ocupacional e prevenção de doenças

Nas empresas, garantir a saúde dos colaboradores é uma preocupação central dos líderes da área de Recursos Humanos. Nesse sentido, os níveis de prevenção precisam ser trabalhados de uma maneira efetiva, por meio de programas de saúde. 

Mas como articular a saúde ocupacional para compor um programa que atue nos diversos níveis de prevenção? A resposta é que isso se torna possível com a tecnologia de dados. 

Com o sistema da Salú, por exemplo, o próprio colaborador preenche uma anamnese antes do exame ocupacional a ser realizado. Esse preenchimento gera dados de saúde de toda a base de colaboradores da empresa.

Em posse desses dados, o RH consegue perceber tendências de doenças e condições crônicas para agir no momento histórico natural da doença mais importante: a prevenção primária!

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