Traumas psicológicos: Como afetam o trabalho?

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Os traumas psicológicos podem afetar várias áreas da vida de um indivíduo, inclusive o trabalho. 

Por isso, preparamos um conteúdo para você saber mais sobre o assunto, como enfrentar e como a empresa pode ajudar os colaboradores que estejam passando por esse problema. 

Tendo em vista que a saúde mental é um dos principais pilares de uma estratégia de saúde corporativa, entender a fundo a relação que os traumas podem ter com o trabalho é um tópico de interesse para profissionais de RH, líderes e gestores como um todo. 

Boa leitura!

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O que são traumas psicológicos? 

Os traumas psicológicos se referem a experiências estressantes que podem desencadear uma resposta de sobrevivência intensa e duradoura, impactando na saúde mental de um indivíduo. 

Esses traumas podem ser provocados por diversos eventos, como assédio,  abuso físico, sexual ou psicológico, violência, acidentes graves, desastres naturais, guerras, perdas significativas, negligência, entre outros.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgados em 2013 já indicavam que eventos traumáticos e perdas são comuns na vida das pessoas: um estudo realizado em 21 países apontou que 21,8% da população entrevistada sofreu algum tipo de violência, mais de 16% teve alguma experiência com guerra e 12% sofreu a perda de um ente querido. 

Cada pessoa pode reagir a uma experiência traumática de forma diferente e, assim, o impacto dessa experiência pode variar de leve a grave, podendo levar até mesmo a transtornos mentais. 

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Assédio no trabalho podem gerar traumas psicológicos

O combate ao assédio no ambiente de trabalho ganhou mais destaque nos últimos tempos por conta da alteração no texto da NR-5, que define as diretrizes para constituição da CIPA nas empresas. 

A nova redação determina que as empresas passem a ofertar aos seus colaboradores treinamentos exclusivos de combate ao assédio em suas variadas formas de ocorrência. 

Essa mudança entrou em vigor em 2023 e é fundamental para a garantia de segurança e integridade das pessoas no ambiente de trabalho, sobretudo de mulheres, que representam a maior parte das estatísticas de casos. 

O assédio no trabalho possui uma relação direta com traumas psicológicos. De acordo com uma pesquisa conduzida pela Resume-Now, 17% das vítimas que sofreram assédio no ambiente de trabalho desenvolveram Transtorno do Estresse Pós-Traumático (PTSD). 

Ainda segundo a pesquisa, as vítimas também apresentam exaustão emocional (Síndrome de Burnout), problemas para dormir, ansiedade, enxaquecas e depressão. Outro dado alarmante da pesquisa indica que 53% das vítimas foram demitidas após reportarem o ocorrido aos canais oficiais das empresas. 

Esses dados demonstram que, para além das normas regulamentadoras e do âmbito de saúde e segurança do trabalho, o assédio é uma temática que merece atenção de várias áreas da empresa e que demanda a construção de políticas internas rígidas, com encaminhamentos que foquem no amparo à vítima e na erradicação desse tipo de violência.  

Quais são os efeitos dos traumas psicológicos? 

Existem alguns impactos que o trauma psicológico pode causar na vida de alguém. Entre eles, estão: 

Sintomas físicos 

É comum que traumas psicológicos se manifestem em uma pessoa por meio de sintomas físicos, como dores de cabeça frequentes, problemas gastrointestinais, dores musculares e distúrbios do sono. Tais sintomas podem ser uma resposta ao estresse e à ansiedade relacionados ao trauma. 

Ansiedade e fobias 

Traumas psicológicos podem contribuir com o desenvolvimento de transtornos de ansiedade, como transtorno de ansiedade generalizada, síndrome do pânico e fobias. 

Isso porque uma resposta possível ao trauma é a ansiedade excessiva, crises de pânico, medos irracionais e evitação de situações, pessoas ou lugares que remetam a experiência traumática. Essa evitação pode, inclusive, levar ao isolamento social.

Depressão 

O indivíduo que passou por alguma experiência traumática pode ter uma sensação de vazio, melancolia, tristeza e desesperança, além de perder a energia e o interesse em atividades diárias. 

Flashbacks e pesadelos recorrentes 

Isso acontece quando a pessoa revive o evento traumático repetidamente, como se estivesse ocorrendo novamente. Esses flashbacks são, geralmente, acompanhados por sentimentos intensos de medo e angústia. 

Sonhos perturbadores e vívidos sobre o trauma também podem ocorrer com frequência, causando interrupções no sono (pessoas que sofreram traumas psicológicos costumam ter insônia) e aumentando o estresse. 

Hiperatividade e hipervigilância 

O indivíduo pode vivenciar um estado constante e elevado de alerta, ficando facilmente assustado, irritado ou com dificuldade de concentração. Assim, reações exageradas a estímulos do ambiente são comuns. 

Alterações cognitivas e de humor 

Os traumas psicológicos podem estar associados a sentimentos persistentes de culpa, baixa autoestima e pensamentos negativos sobre si mesmo e sobre o mundo. A memória também pode sofrer impactos, de forma que é possível haver dificuldade em lembrar detalhes do evento traumático ou em manter a atenção. 

Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) 

Todos esses sintomas podem fazer parte da principal consequência do trauma psicológico: um transtorno mental que se desenvolve especificamente após uma situação de trauma, conhecido como Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT). 

Para que o diagnóstico de TEPT seja confirmado, é preciso atender aos critérios estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), uma referência amplamente utilizada por profissionais de saúde mental. 

De acordo com o DSM-5, é necessário ter havido exposição a evento traumático (vivenciando, testemunhando ou sabendo que ocorreu com alguém próximo), apresentar ao menos um sintoma intrusivo, como flashbacks e pesadelos, evitação e alterações negativas no humor e no sistema cognitivo associados ao evento traumático. 

Além disso, para ser considerado Transtorno do Estresse Pós-Traumático, a perturbação decorrente desses sintomas deve durar mais de um mês, ter causado prejuízos em pelo menos uma área da vida do indivíduo e não estar associada com efeitos de nenhuma substância ou outra condição médica. 

Qual o tratamento para o TEPT? 

Caso você esteja se perguntando “existe tratamento para traumas psicológicos?”, saiba que a resposta é sim. Existem alguns tipos de psicoterapia úteis para intervenção nesse caso. Medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos também podem ser prescritos. 

O mais importante para quem passou por um trauma psicológico e está enfrentando dificuldades relacionadas a ele é procurar ajuda profissional para que o diagnóstico possa ser realizado de forma assertiva, bem como o tratamento adequado possa ser iniciado. 

Como os traumas psicológicos podem afetar o trabalho?

Como mencionamos, um dos critérios diagnósticos para confirmar a presença do Transtorno do Estresse Pós-Traumático é causar prejuízos a pelo menos uma das áreas da vida do indivíduo, sendo que uma dessas áreas pode ser a profissional. 

Uma vez que é possível haver alterações cognitivas como reação a um evento traumático, problemas na concentração e na memória podem acabar reduzindo a produtividade no trabalho e levando até mesmo ao presenteísmo, isto é, o comportamento de estar presente fisicamente em determinado espaço, mas com o pensamento distante dali, em outro lugar ou situação. 

Já as alterações de humor decorrentes de traumas psicológicos podem levar a dificuldades de relacionamento no ambiente laboral. Isso também acontece porque pessoas que passaram por eventos traumáticos podem se sentir inseguras e apresentarem problemas em confiar em outras pessoas, prejudicando a colaboração e o trabalho em equipe. 

Os traumas psicológicos podem tornar um profissional mais vulnerável à Síndrome de Burnout, já que os sintomas podem interferir na capacidade de lidar com as demandas e pressão do trabalho. 

Como a empresa pode apoiar o colaborador que passou por um trauma psicológico? 

As empresas podem desempenhar um papel fundamental no suporte ao colaborador que passou por algum trauma psicológico. Primeiramente, criar um ambiente laboral saudável e que se preocupa com o bem-estar de seus funcionários contribui muito para a redução do estresse de uma forma geral. 

Em relação ao TEPT, promover a comunicação aberta sobre saúde mental, incluindo informações sobre traumas psicológicos e seus efeitos é essencial para reduzir o estigma associado aos problemas de saúde mental e ajuda a criar um ambiente de trabalho mais acolhedor. 

Usar a Semana Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho (SIPAT) para uma palestra com especialistas, por exemplo, pode ser uma ótima ideia. 

Readaptar o colaborador ao trabalho e incluí-lo em uma rotina possível, como um retorno gradual ao trabalho, a redução da carga horária temporariamente e horários flexíveis podem fazê-lo se sentir mais acolhido no trabalho e ter impactos positivos nesse sentido. 

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