A obesidade é uma doença crônica que se caracteriza pelo excesso de gordura corporal depositada em diferentes partes do corpo, de forma que cause prejuízos à saúde.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um significativo aumento da obesidade entre adultos: o número de pessoas com obesidade com 20 anos ou mais passou de 12,2% a 26,8% entre 2003 e 2019.
Além disso, também há um dado muito importante sobre o assunto: segundo pesquisa realizada pela Abeso e pela Sociedade tal, 85% das pessoas com sobrepeso no Brasil já sofreram gordofobia, isto é, a discriminação contra pessoas gordas.
Tudo isso pode ter um grande impacto dentro das empresas e, por isso, é fundamental falar sobre o combate à obesidade nas empresas sem esquecer também do combate à gordofobia.
Acompanhe este post para entender melhor!

Qual a relação entre IMC e obesidade?
A obesidade é uma das classificações indicadas pelo Índice de Massa Corporal (IMC).
De acordo com a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, o cálculo do IMC é feito dividindo-se o peso (em kg) pelo quadrado da altura (em metros). O resultado revela a classificação do IMC, que pode ser:
Classificação | IMC |
Abaixo do peso | Menor que 18,5 |
Peso normal | Entre 18,5 e 24,9 |
Sobrepeso | Entre 25 e 29,9 |
Obesidade | Igual ou acima de 30 |
Obesidade nas empresas
Há muitos impactos associados à obesidade no trabalho. Primeiramente, os efeitos que a obesidade têm na saúde podem levar a faltas, afastamentos e até mesmo ao presenteísmo.
Esses impactos podem gerar queda de produtividade e de lucratividade, afinal, há custos altos para as empresas decorrentes de absenteísmo (ausências no trabalho) e licenças.
Convívio social
Por outro lado, para as pessoas com obesidade, há impactos que vão além da saúde, pois a doença também atravessa o convívio social. Nesse sentido, os desafios desse convívio também acabam afetando as pessoas com obesidade no ambiente laboral.
Um desses desafios é o acesso ao trabalho: muitos empregadores evitam contratar candidatos com obesidade devido a preconceitos relacionados à obesidade, como a percepção de que a presença da doença pode ser um indicador de indisciplina, por exemplo.
Dentro das empresas, também pode haver discriminação das pessoas com obesidade, como a disseminação de estereótipos negativos sobre as habilidades e a competência dessas pessoas.
Essa discriminação também pode resultar em doenças ocupacionais de nível psicossocial, como depressão, ansiedade e até mesmo transtornos alimentares que podem causar ganho de peso.
Vale ressaltar que os trabalhos em escritório podem levar ao sedentarismo, que é um dos maiores fatores de risco para a obesidade e outros problemas de saúde, e isso também é uma razão para levar o combate à obesidade para dentro das empresas.
Combate à obesidade requer ajuda profissional!
Um ponto importante a ressaltar é que a obesidade é uma doença crônica e, portanto, pessoas com essa condição precisam ser acompanhadas por profissionais médicos especialistas, como o endocrinologista.
Nenhuma ação isolada promovida pela empresa é suficiente para evitar os riscos que a obesidade pode trazer. Além disso, é preciso ter cuidado ao abordar o emagrecimento como solução para a obesidade, afinal, não se trata de um processo fácil.
O Dr. Bruno Halpern, presidente da ABESO, destaca:
A obesidade é uma doença associada a aumento do risco de diversas doenças cardíacas, como infarto e insuficiência cardíaca. Isso pode não ser novidade, mas um erro comum é achar que a única forma para reduzir esses riscos é voltar para um “peso normal”. Assim, é comum que mesmo pessoas que já perderam peso no passado continuem sendo cobradas e até “levando bronca” de médicos dizendo que precisam perder mais e mais.
Bruno Halpern, Presidente da ABESO.
Cirurgia bariátrica e metabólica
Popularmente chamada de “cirurgia bariátrica”, o tratamento cirúrgico para obesidade é nomeado cirurgia bariátrica e metabólica, pois além de diminuir no acúmulo de gordura no tecido adiposo, esse procedimento também pode ser utilizado para reduzir as taxas de glicemia.
Muita gente pensa que a cirurgia bariátrica é uma solução para 100% dos casos de obesidade, mas isso não é verdade. De acordo com a Abeso, esse procedimento cirúgico é indicado para quem tem um grau de obesidade grave. Para saber se é o caso, é necessário calcular o IMC.

As principais comorbidades que podem surgir ou se agravar por conta do excesso de peso são:
- Diabetes mellittus tipo 2
- Hipertensão arterial
- Dislipidemias (altos níveis de colesterol)
- Esteatose hepática (excesso de gordura no fígado)
- Apneia do sono
- Artrose (degeneração das articulações do corpo)
- Infertilidade
- Câncer
- Depressão e ansiedade
Além de se enquadrar no critério de IMC grave, o paciente precisa passar por várias avaliações pré-cirúrgicas com diferentes especialistas, como o cardiologista, endocrionologista, psiquiatra e nutricionista.
É importante frisar que cada organismo possui condições diferentes e que cada pessoa tem um processo, ritmo e reações distintas. Logo, as comparações de experiência não são um parâmetro preciso para determinar a evolução de cada caso – isso deve ser acompanhado com uma equipe multidisciplinar de saúde!
A Abeso elaborou um guia bastante didático com informações sobre todas as etapas da cirurgia bariátrica e metabólica. Confira o material neste link.
Obesidade na empresa: promover saúde e eliminar estigmas
Considerando que está envolvida em tantos estigmas e preconceitos como a própria gordofobia, a obesidade é, além de um problema de saúde, um assunto complexo que exige abordagens sensíveis.
Nesse sentido, é importante destacar que qualquer programa que a empresa promova não substitui o acompanhamento médico. As ações na empresa sempre devem ser somadas às recomendações médicas.
Além do cuidado com a saúde, que é fundamental, as iniciativas de combate à obesidade no trabalho devem considerar outro fator importante: a inclusão das pessoas no ambiente de trabalho.
Condições ergonômicas adequadas
Uma forma de garantir a inclusão é proporcionar a ergonomia adequada para pessoas de todos os pesos, levando em consideração a NR-17, que estabelece parâmetros para a adequação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos colaboradores.
Um exemplo de ergonomia para pessoas com obesidade é o ajuste das cadeiras de trabalho, que devem acomodar todos os tamanhos de corpo de forma confortável.
Outro exemplo é fornecer apoio lombar, uma vez que o excesso de peso pode causar pressão nessa região.
É importante frisar que cada caso precisa ser analisado individualmente. Afinal, as necessidades ergonômicas podem variar de acordo com cada pessoa e função. Uma abordagem individual, orientada pela escuta ativa, é uma maneira bastante eficaz de promover mudanças com sensibilidade e atenção.
Estímulo à prática de atividades físicas
A prática de atividades físicas traz inúmeros benefícios para o corpo humano. No caso da obesidade, a prática de exercícios é positiva não somente para a perda de peso, mas para evitar uma série de riscos atrelados ao sedentarismo.
Mesmo assim, muitas pessoas podem se sentir desmotivadas a praticar exercícios, sobretudo os que são feitos em conjunto, como a ginástica laboral. Nesses casos, a conscientização coletiva precisa acontecer de forma respeitosa e inclusiva, afinal, todos os organismos se beneficiam da prática de exercícios.
É um pensamento gordofóbico considerar que toda prática de exercício é feita em função da perda de peso.
Os exercícios laborais são, inclusive, uma forma de prevenção e enfrentamento a outras doenças como LER e DORT, e podem trazer muitos benefícios aos colaboradores, como a integração entre a equipe, e o aumento da produtividade devido à motivação e ao bem-estar.
A Abeso elaborou um Guia Prático Exercício Físico e Obesidade que pode ser acessado gratuitamente. O material contém dicas de exercícios aeróbicos e resistidos, além de ter recomendações sobre o tipo, frequência e intensidade de cada exercício. O guia foi elaborado por specialistas à frente do Departamento de Atividade Física da Abeso.
Benefícios que envolvem a prática de exercícios físicos também podem ser implementados para que os colaboradores possam ser estimulados a ter esse hábito em suas rotinas.
Benefícios de saúde mental
Outras ações que podem favorecer o combate à obesidade são os benefícios relacionados à saúde mental, que também deve ser promovida oferecendo um ambiente acolhedor para se trabalhar. Isso ajuda a evitar os impactos emocionais dessa condição de saúde, e o desenvolvimento de transtornos psicossociais que podem causá-la.
Alimentação saudável
As práticas nutricionais são, sem sombra de dúvidas, uma das principais frentes na promoção da saúde. A ingestão de gorduras e açúcares, na maioria das vezes, acaba passando imperceptível pelas pessoas, pois os teores são “mascarados” nas informações nutricionais dos alimentos.
Nesse sentido, existem algumas medidas que a empresa pode tomar para estimular uma conscientização mais efetiva sobre os alimentos ingerido e sobre o próprio planejamento alimentar. São elas:
- Eliminar check-stands que vendam alimentos ultraprocessados no ambiente da empresa;
- Priorizar a disponibilização de alimentos in natura, como frutas (podem ser cortadas), nozes e castanhas;
- Elaborar uma cartilha de planejamento para benefícios de alimentação, como o VR e VA;
- Realizar campanhas periódicas, no mesmo estilo do “Segunda sem carne”, mas com foco em uma alimentação balanceada;
- Comunicação nutricional: espalhar informes nutricionais pelos espaços de alimentação da empresa.
Quando conciliada a outras iniciativas, a alimentação saudável também é essencial para prevenir e tratar a obesidade e, por isso, estimular esse tipo de alimentação dentro da empresa é outra ação possível de combate à obesidade.
SIPAT
Por fim, a conscientização pode ser realizada através de palestras com especialistas. A Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT), obrigatória a todas as CIPAs, é uma oportunidade para conversar sobre obesidade, sedentarismo e hábitos saudáveis.
Como evitar a gordofobia no combate à obesidade?
Algo que não pode faltar nas conversas sobre obesidade é a importância de também combater os estigmas ligados ao excesso de peso, para que o combate à obesidade não corrobore com a exclusão de pessoas com obesidade dentro das empresas, e para que os colaboradores sejam conscientizados sobre os efeitos da gordofobia.
Essas conversas também devem incluir a compreensão de que a obesidade é uma condição de saúde complexa e multifatorial – a genética, o ambiente, o estilo de vida e a saúde mental são fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento.
Um ponto importante a se observar é que é possível combater a obesidade dentro das empresas sem focar exclusivamente no peso: exercícios físicos, alimentação saudável, saúde mental e inclusão são essenciais para questões que vão além do peso e até mesmo além do trabalho, o que torna o estímulo a hábitos saudáveis fundamental independemente do assunto.
Esse ponto é importante porque a concentração exclusiva desse debate no peso corporal pode levar a alguns estereótipos negativos que reforçam a gordofobia, sendo que o peso é apenas um aspecto da obesidade, e é primordial lembrar que não necessariamente esse aspecto é um indicador preciso da saúde de uma pessoa.
Aqui, também vale a máxima: não é uma questão de estética, é uma questão de saúde. Por isso, pessoas jamais devem sofrer preconceitos por conta de suas aparências.
Conte com a Salú!
Aqui na Salú, nós temos muitas formas de te ajudar a promover qualidade de vida entre os colaboradores da sua empresa. Uma delas é te apoiando em cada parte do processo eleitoral da CIPA (lembra que ela vai ser importante para organizar a SIPAT?), e fornecendo os treinamentos necessários aos membros eleitos.
Com o sistema Salú, você também pode monitorar os dados de saúde dos seus colaboradores e, a partir deles, entender as melhores ações e benefícios de saúde para implementar.
E, mesmo com a tecnologia ao nosso lado, o que não falta é acolhimento humano, viu? Disponibilizamos um super time de especialistas para proporcionar a melhor experiência às nossas parceiras.
E aí, vamos alinhar as ações de saúde e segurança dentro da sua empresa? Entre em contato com a Salú e marque um bate-papo! 😉
